As reviravoltas da artista que vos fala:
Como o guache fez eu me sentir mais leve e me fez até querer criar conteúdos diferentes pro Instagram
Eu nunca sei se o texto que vou soltar aqui vai ser com um tom de “minha vida está um caos, não sei mais existir na internet e vou largar tudo” ou “até que tá tudo bem, vamos sobrevivendo dia sim, outro nem tanto”. Mas estamos com sorte, acho que hoje vai ter um tom geral otimista, então pega o cházinho (ou o café) e bora conversar.
PARTE I: Vamos começar falando de como está indo meu engajamento depois que decidi investir em me adaptar novamente às redes sociais
Minha última newsletter foi meio apocalíptica, né?! Falei de largar tudo, tentar começar outra conta no Instagram, desistir da arte, mil coisas… o medo e a insegurança são reais até hoje, mas o que separa a Brunna daquela newsletter pra essa foi uma palavra que coach adora usar, mas que não consigo encontrar outra melhor: mindset (perdão, juro que não usarei de novo, tá bem?!).
Aquela Brunna tinha decidido culpar o Instagram de tudo de ruim que tava acontecendo na vida dela e se lamentando por tudo ter mudado tanto na dinâmica das redes sociais. O que não deixa de ser verdade, né?! Tudo mudou de fato e pra gente, que é da velha guarda do IG, é difícil aceitar isso. É difícil aceitar que não basta mais ser uma boa artista para ter relevância nas redes. Mas o que fazer, então? O que funciona hoje? O que estou disposta a fazer, que não fere minha essência e ainda ajuda outras pessoas e posso compartilhar?
Pensando nisso, comecei a testar outros formatos de reels e posts e, gente, tem dado muito certo. Falando assim agora, parece muito óbvio, né?! Como não me dei ao trabalho de pensar nisso e tentar há muito tempo, antes mesmo de ficar reclamando por ai… a verdade é que quando estamos fazendo e está dando certo, é óbvio pensar que a solução é fácil e perdemos meses, anos, nos lamentando de algo tão “simples” — em teoria.
Mas fazer o que estou fazendo exige uma série de medidas e estratégias que eu só pude pensar em fazer quando assumi que pra voltar a ser ativa nas redes sociais, eu precisaria estudar as redes sociais. Estudas como elas funcionam hoje, o que dá certo e o que não dá, e quando estamos começando essa jornada, precisamos engolir o orgulho e a sensação de fracasso e tentar algo novo. “Fiz durante muitos anos algo que deu certo, porque preciso me dar ao trabalho de tentar algo novo agora?” Esse não é o tipo de mentalidade (viu?! não usei aquela palavra de novo) que precisamos evitar, se queremos crescer como artistas — e como pessoas.
Eu já mudei tantas vezes. De técnica, de estilo, de suporte.. fui pra cerâmica, pra gravura, até pra bordado eu fui! Porque não posso ter essa mesma elasticidade e mesmo dinamismo quando se trata de adaptar o conteúdo da minha produção pra que o mundo conheça meu trabalho?
É isso que estou me dispondo a fazer, e tem sido uma experiência incrível! Nossa, que resposta legal vocês estão me dando. Não só pelas métricas do IG, mas vocês comentando nos stories e posts que estão gostando do novo formato de conteúdo, que estou ajudando vocês de alguma forma.. é impagável!
Continuo perdendo seguidores e nem todo dia é fácil, é verdade… mas não ligo mais pra isso. Foco nas mudanças positivas e eu espero muito conseguir impactar as pessoas certas daqui pra frente. Não me sinto mais sozinha! 🤓 (ownnnnn)









PARTE II: Hoje me perguntaram porque estou tão obcecada em guache, então resolvi hablar!
E entendo um pouco porque as pessoas estão tão confusas quanto a isso. Afinal de contas, eu tinha um trabalho tão consolidado com aquarela, ai passei uma fase de imersão com tinta a óleo que durou 2 anos muito intensos, e de repente eu apareço gritando aos quatro cantos do mundo que guache é a melhor coisa? Tá doida, mulher?!
Não vou ficar vendendo o curso que vou lançar aqui pra vocês, prometo (mas se quiser assinar a lista de espera é só clicar aqui), mas conforme fui me familiarizando com o guache percebi como ele é o material mais versátil e acessível que existe! Você pode usar ele opaco, aguado, pode construir camadas do claro pro escuro, do escuro pro claro, reativar a tinta mesmo quando já secou, é perfeito! Claro que precisa de um certo domínio, mas o que não precisa, né?!
Além de tudo isso que já comentei, é super possível de usar em quase qualquer tipo de papel e seca rápido! Terminou de pintar, só fechar o sketchbook e seguir a vida!
Antes do guache, eu estava nessa fase super minuciosa e cheia de planejamentos que é muito comum na tinta óleo. Estudei e me aprofundei em tanta coisa! Valores tonais, teoria das cores, composição, desenho criativo e desenho acadêmico… e estava compartilhando isso muito pouco com vocês, acreditam?!
Mas quando o guache veio, com todas suas possibilidades, sua fluidez e seu jeito despretensioso de existir, uma coisa muito legal aconteceu: eu voltei a “brincar”. Voltei a me divertir pintando, desenhar e passar horas no sketchbook sem me preocupar com o resultado daquilo.
Quando senti essa liberdade, me dei conta de que eu estava muito travada! Antes do guache, não queria pintar mais nada, tudo tinha que ficar perfeito… eu tentava planejar a pintura toda na minha cabeça antes mesmo de sentar e começar a pintar (sem contar toda a preparação que tem que ter quando estamos falando de tinta óleo, né?!). Agora, até com aquarela eu voltei a me divertir, e quero que isso transpareça nas novas pinturas, sabe? Um sentimento de que pintar aquilo tenha sido divertido pra mim.
Resumo: a Brunna ilustradora acordou de uma longa hibernação. Não vou falar que foi triste, porque aprendi muitas coisas magníficas, e que agora estou prontíssima pra explorar nessa explosão artística que estou vivendo! Quero pintar e desenhar tudo, até paisagem, que é uma coisa que eu ainda tenho muito medo! 🥲
E agora o que está acontecendo é que eu estou produzindo como não produzia há muitos muitos anos! Estou curtindo muito essa efervescência e pretendo abusar dela até esgotar (espero que nunca esgote risos). Tenho, inclusive, tido vontade de voltar a ter um trabalho mais gráfico e menos realista, voltar algumas casinhas no tabuleiro da “artista perfeita” e reativar o modo Brunna-ilustradora. Vai ser interessante!
Espero que vocês fiquem comigo nessa jornada. Está sendo uma delícia compartilhar isso com vocês desse jeito mais leve nas redes sociais! Fiquem a vontade pra me dar feedbacks sobre a newsletter, as pinturas, o conteúdo que está chegando pra vocês, etc… vamos conversar, porque essa tá sendo a melhor parte dessa retomada. :) Eu reagi, e acho que muito tem a ver com o guache, e não só com a minha atitude de tentar voltar a crescer o meu Instagram.
Obrigada por ler até aqui, e desejo muito que um dia vocês de deem uma chance para o guache, qualquer dia desses. 🌿
Beijos
B.
Que lindo Brunna!!!!!! É muito legal te acompanhar, você inspira tanto, até nas "crises"!
Não acho você doida não de ir pro guache, pelo contrário, sempre achei lindo o como você transita por qualquer medium que você queria no momento, é tanto o que eu quero pra mim como artista algum dia, obrigada por tudo!!!
me identifico demais Bru <3
e tá sendo muito legal de acompanhar esse seu processo, ainda mais conhecendo seu trabalho faz tantos anos! não para não.